domingo, 14 de fevereiro de 2010

o pinho.




Lá vamos nós no Inglês, again.
De sempre em muito, gosto de relembrar meus tempos de colegial. O corte de cabelo elaborado, bolas de basquete, muita masculinidade... será que um dia ainda serei tão viril?

É no colegial também que surgem os primeiros amores, acompanhados de espinhas também muito apaixonadas, que não nos deixam nunca. No colegial eu era uma beldade Megan Fox, apelidada de choquito. Pra complicar mais ainda, carregava duas bolas de bocha profissional em cada lado do torso, talvez se fosse hoje eu seria homecoming queen...hehehe.Essa volta toda para chegar..(prepare a saliva, pq o inglês e outras mil delícias da vida são cheias de fluídos corpóreos...), em Pine For it.

Pine é um verbo delicado, é delicado como o amor que ele descreve, amar alguém em segredo. Sentir a falta de alguém que não temos em nossa vida a todo instante. Acordar todos os dias pensando nas inúmeras coisas que podia se fazer junto se um dos dois resolvesse simplesmente existir.

Passeios de bicicleta, água de côco no mesmo canudo, sorrisos, apertões, beijos na testa, no nariz, nas mãos, mais que viver, imaginar um grande amor faz a gente sofrer muito. E os olhares... esses são poliglotas do silêncio, apenas um olhar, milhões de pequenos significados com o céu estrelado de ontem.

Eu não sei se todo amor deve ser experimentado, na verdade eu não sei de nada. Mas não queria morrer errado como Sócrates. A revolta adolescente pode vir exatamente dessa solidão imensa de amar alguém platônicamente, do fúnebre sentimento que somente Poe entenderia, de morrer sem deixar herança...esse imensurável patrimônio que existe entre sonhar e fazer.

pine 2 (pn):

1. To feel a lingering, often nostalgic desire.
2. To wither or waste away from longing or grief: pined away and died.
v.tr. Archaic
To grieve or mourn for.
n. Archaic
Intense longing or grief.



Don´t spend your life just wishing folks!
http://www.youtube.com/watch?v=iS9RPyznAPg

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

É fevereiro, mais uma vez.




Autores não gostam muito de seus aniversários. Talvez porque aniversários nos relembrem que estamos atrás do tempo e não ele no compasso de nosso fôlego. Há autores sim que ao invés de aceitar o tempo, se deixam tentar por algo chamado História, mas como genuína fêmea essa Jezebel não pode congelar-nos no espaço.

Mas para os anônimos, autores da madrugada fiel, aniversários nos relembram apenas que estamos quase na alcova da morte. Gritos existenciais não são muito eficazes; e particularmente esta anômima, em seu aniversário, gosta apenas de relembrar o cheiro da mãe e o sorriso do pai, e a teimosia de ambos em lançar semente nesta ingrata vida.

Poderiam ser sete dias de hoje que me separam de um outro mundo chamado maturidade, e poderia eu achar que iria descansar no derradeiro. Mas são onze, e no décimo primeiro não me tornarei borboleta, porque borboletas são apenas pequenos caixões estonteantes... feliz é a lagarta, que pode renascer quando quiser, ou mesmo não nascer, nesta eterna potência de ser, enganando o tempo como ele faz conosco a cada alvorada.

Hoje, ao mesmo tempo que daqui 11 dias começa uma linda jornada para esta autora medíocre, anônima neste canto surreal onde os dedos dos seus próximos não a tocam. Hoje, o trem de meu destino carrilhou no primeiro trilho, falta a montanha verde e a cerração, falta o sorriso e a lágrima, porque em toda viagem, bom é a saudade de algo que já ficou para trás, feito fumaça de lenha na ferrovia.


"A mind full of questions, and a teacher in my soul
And so it goes... "

Eddie Vedder - Guaranteed