terça-feira, 31 de agosto de 2010

o primeiro momento de Inércia.




Vou me casar com Marcelo Gleiser.
Pensei isso quando li pela primeira vez o caderno de Física do rapaz em 1997, mais ou menos... tinha 13 anos porque acabo de completar 26. haha.
Estava eu, na época, enrolada entre delírios aritméticos, geométricos e esportivos...e a Física, ensinada não com giz, mas com o gesso da incompetência, parecia realmente algo trazido de outros planetas.

Vi uma luz no fim do túnel naquele dia do meu noivado. A escrita fluente, as metafóras nem sempre tecnicamente adequadas, mas totalmente sublimes, colocadas mesmo como açucar em panela de fazer algodão doce...alguns giros e que surpresa doce!

Seria o meu chamado? Equações poderiam ser música naquela surdez infinita?

Não foram. outro caminhos, outros sentimentos, outras revelações...e apenas alguns séculos depois, nessa minha vida de árvore, compreendi que assim como em braille, eu "via" a Física naquele artigo através das palavras, sem telescópios e tubos de raios catódicos, a ferramenta dessa nova existência seriam também partículas, imateriais, e nem um pouco menos brilhantes.

Acho que se mede o contentamento da vida através do silêncio, ele é o último argumento, e quando os espaços estão todos preenchidos, o que parece Inércia pode ser apenas o segundo anterior da formação de um grande universo.

Eesferas maçicas não têm onde se apoiar, movimento sempre.