quarta-feira, 23 de junho de 2010

em coisa de mês.



Eu nunca tentei um dia sem. Sim. Um dia sem, coisa nova de movimentos, que se movimentam em torno de uma inércia, ou seja, não fazer algo hoje. Entre o no meat day, e no globo day, e também o vale-night, fico pensando se há espaço para termos um passe livre, uma carta branca, um black day.

Não há. Estamos sendo treinados para viver nas linhas de huxley, para pular nas imanências de Asimov.

Mas e porque não podemos tirar um dia para jogar carimbada? ou tomar sorvete no centro...ir trabalhar com a sua mãe, ou simplesmente ficar o dia todo em casa...seríamos irresponsáveis se assim o fizéssemos? e desde quando responsabilidade virou isso de ser infalível, isso de ser Liderança?

Você leitor assíduo presumiria que eu fosse dizer que não sei, mas estranhamente, hoje, I do.

Não vale a pena dizer quando começamos a viver em 100%, full capacity, ou em ISO9002, mas o que se pode esperar de um mundo sem Saramago?

Não muita coisa, em algum universo paralelo dormir virou sinônimo de descansar, sonhar, só para poucos, aqueles acordados.

"De fato, os desdobramentos contemporâneos desses conceitos foucaultianos merecem ser explorados, pois nas pesquisas genéticas e biotecnológicas é possível localizar toda uma gama de ferramentas destinadas à sujeição da vida..." sobre Biopolítica Paula Sibilia, o Homem Pós-Orgânico.