sábado, 24 de julho de 2010

Manual para usar anáguas.




Olha, pra falar a verdade estou com um pouco de sono agora, mas vc leitor não tem nada a ver com isso. Aliás verdade mesmo é que se você, leitor, estiver sendo atormentado por uma insônia baladeira, justo nesta noite de sábado, leia este post e com certeza antes do último ponto você perceberá que perdeu dois minutos preciosos de sua vida quando poderia estar dormindo.

Risadas? not so much? Verdade também é que nunca, em toda a minha vida, usei anáguas e tenho uma tia que insiste em dizer que uma mulher que não sabe usar anáguas jamais será uma dama, e uma mulher que não se comporte como uma dama jamais atrairá a atenção de um homem por mais de 10 minutos..mal sabe ela que esses dez minutos...aiaiaia...

Bom..fato é que anáguas realmente foram feitas para serem usadas por mulheres, mulheres que gostam de homens, mulheres que sabem se portar junto à companhia desses homens. Eu não sei nada disso. Na maioria dos dias gosto de homens, em outros dias simplesme os odeio, e estou sempre pensando que o sujeito quinquenário vai calçar as botas de hiking e vencer a são silvestre.

Estranho sentimento este de ter "de se comportar" perto de um homem, é como conversar sobre a chuva e o calor durante o exame de papanicolau, somente uma outra grande mulher nesse mundo me entenderia...Mrs. Lee, me desculpando o insulto de chamar-lhe fêmea:



"- Minha irmã eu faço o melhor que posso! - ele explodiu. Tia Alexandra encarava a questão do meu vestuário com um verdadeiro fanatismo. Eu nunca chegaria a ser uma dama se usasse roupas de menino, e quando argumentei que não conseguia fazer nada de vestido, ela replicou que eu não deveria fazer coisas que exigissem o uso de calças compridas. Na sua concepção, eu deveria estar brincando com fogõeszinhos de mentira e xicrinhas de procelana e usando o colarzinho de pérolas que ela me dera quando eu nasci; além disso, eu devia ser um raio de sol na vida solitária de meu pai.

Arrisquei que o uso de calças não impedia ninguém de ser um raio de sol,

mas titia retorquiu que eu precisava me comportar como tal, que eu nascera uma boa menina, mas que a cada ano estava ficando pior. Ela feriu meus sentimentos e me deixou um gosto amargo na boa, mas, quando levei o assunto a Atticus, ele disse que já havia um número suficientemente grande de raios de sol na família e que eu podia continuar como era que ele não se importava."

To kill a Mockinbird - Lee, Harper pg.111 - ed. josé olympio

Sim beth, também acho que anáguas realmente podem atrapalhar muito uma relação mais íntima com o próprio escroto.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Com que ilusões?


C o nc lus ion.

Diga de novo se não entendeu. Conclusion, sim estou nesta sexta-feira chorosa pensando nessas bailarininhas gordas dançando em minha mente. Porque vivemos com tantas delas? Não é fácil encontrá-las, perguntar aos outros nem sempre ajuda, fato é que tirar as próprias parece, só parece, mais apropriado.

E se rodopios tornassem-se dinheiro minha mente seria um máquina de cassino.

Pra tentar esquecer do zunido que fazem, essas conclusões inquietas, especialmente quando se põem de ponta em suas sapatilhas, estou eu aqui assistindo Hung, extasiada...sim, porque não...alguém tem de usar essa palavra um dia...hehe extasiada porque alguns episódios da série não tem final, cenas se intercalam, impactos como pés de sapateado... e vêm os créditos, malditos, para que o lago do cisnes comece.

Falar pouco, assim como concluir, não requer muito esforço, falar pouco é sinal de maturidade, conclusão é sinal de sepultamento, quase sempre em silêncio... as vezes os finais acontecem, e a gente simplesmente se pega parado no tempo esperando os créditos que nunca virão, um dia entenderemos que nós mesmos é que devemos escrevê-los.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

inspira ação.


Chega um dia na vida de todo escritor que não se tem outro assunto senão escrever sobre ela. Rainha das fadas, a mãe foice, insônia perpétua.
Se a temos, a fortuna sempre nos acompanhará, se a perdemos, estamos há um palmo dos sete, seis exatos, mortos que somos... escritores sem palavras são como estrelas que não brilham, podem até ter alguma função, mas estão longe demais para vermos sua luz.

E quão egoístas somos nós, escritores, para pensar que essa musa somente ao nosso chambre se dirige?

Vai lá eu saber...e lá se foi a graça das primeiras palavras deste post. Me vejo hoje pensando e refletindo sobre a grande inspiração de outra pessoa, de escrever uma série inteira sobre somente o sexo, é a série Hung, da HBO...se engane quem quiser que sexo, seja somente sexo, basta ver as aventuras de Ray e outro "s" nos aparece...

E como sentir inspiração?

Eu realmente não sei, e você leitor já percebeu pelo menos que ela não está entre nós essa noite, a julgar pela qualidade do que está em sua frente...dá pra ver o barquinho balançando?

Estar inspirado é uma das poucas coisas na vida que nos contradizem totalmente. Nós seres humanos, exceto escritores, que não nascem mamíferos, e sim moluscos deste imenso oceano, não podemos escolher estar inspirados. Mesmo que estejamos obrigados a escolher outros caminhos, ou nenhum escolher, como diria my buddy jean paul, uma inércia divina se coloca entre os homens: Inspiração não se persegue, se ousarmos fecundá-la ela retorna... se nos escondermos, como seremos encontrados?

domingo, 11 de julho de 2010

música para pensar em você.



Meus pais estão, atualmente, na crise da meia idade, na síndrome do ninho "quase" vazio. Os filhos crescidos, apesar de em casa, cada um por si na terra de murici...nem tanto. Fato é que não se encontram na fase mais romântica de suas vidas.

Em todo caso, já que parece que falarei de música, em meus tempos de carona com eles, notei e guardei algo bem interessante: uma inércia romântica quando eles ouvem, lá de vez em quando, a música Stand By Me, de Ben E. King.

"Fique comigo. Querida, fique comigo."

É engraçado como essa parte da música se encaixa no histórico iô-iô destes dois teimosos, e de como ambos, sem saber um do outro, "param" para pensar, espero eu, um no outro, quando ouvem essa música, trilha sonora de um árvore grande, a família que criaram.

E você leitor? Nessa noite de domingo, está pensando em quem? Aliás, melhor, está ouvindo a quem?

Acabo de assistir Twilight, e se a tecnologia, assim como a medicina, não fossem tão limitadas, você poderia sentir neste momento o cheiro da minha língua queimada...você poderia viver para sempre.

Esta eternidade é o tema do filme, o fundo vampiresco, todavia, passou batido por mim. Tudo que fiquei pensando durante o filme é na real sede de Edword, ou seja, de estar junto de sua amada, de protegê-la e cuida-la, ela não precisa dizer Stand by me.

Não vou ser mais romântica do que isso...não precisa sacar da insulina, afinal, pensei neste post justamente porque cheguei numa fase boa da vida onde já posso ouvir uma música para pensar em mim mesma...haha, o anti-romance está agora entre nós...

Sim leitor, tem dias feitos pra pensar em você mesmo, em como a gente acha forças para sobreviver barras jamais pensadas, e surpreendentemente, não morre por isso. O impensável tem isso de sobrenatural, coisas acontecem, vampiros vão e vem, quem fica conosco pela eternidade? A música de nossos dias, a música de nossas próprias vidas.



Whttp://www.youtube.com/watch?v=kl_Gp2qZJvM&feature=related

sexta-feira, 9 de julho de 2010

nome de mulher.



Comecei a pensar nesse post pensando que ia falar sobre Clarice Lispector, de como foi sua vida, de como sua mãe a teve pensando em curar-se de uma doença, e de que como ela sempre carregou consigo o estigma de ter falhado nessa sua missão uterina.

Mas entre falar e escrever existem alguns ladrilhos.

E eu achei que Clarice apreciaria mais que eu contasse que dia 12 de julho está chegando. É lógico que não contarei do que se trata o dia 12 de julho, mistery girl, yeah yeah yeahs. Mas nesse dia, talvez como no dia em que Clarice nasceu entendi pela primeira vez a força de um nome feminino, de nome de mulher na própria boca, universos que sopram em milhares de supernovas. Sou capaz de apostar que D. Mánia me entenderia, um parto é um parto, e semanas são apenas nossas ilusões de permanência.
Minha mãe jamais pronunciou meu nome do mesmo jeito, o desatar de sua vida acabou-se naquele dia 20, o meu no último dia 12.07.

E nessa volta toda me pergunto Clarice, como não pensar em você?

Salvamentos podem ser subjetivos, assim como mães, com certeza... talvez todos nos já o sejamos, e o nome de nossas crias é só o que falta para finalmente resgatarmo-nos.





fancy portuguese, cheap tecnique.

sábado, 3 de julho de 2010

como um pássaro vermelho.



Olhe ao seu redor. Depressa. São quase meia noite e não quero que vc ache um fantasma.

Olhe, concentre-se...não vai passar voando nenhuma mancha vermelha, nenhum borrão escarlate, são quase meia noite e pássaros dormem cedo afinal. Não deviam dormir cedo, nunca, nossos amigos. Não sei porque nossos, porque entre eu e você leitor tem um universo de tecnologia.

A coisa é que pássaros vermelhos são muito raros na natureza, não são comuns, nem mesmo peculiares, são pequenos eventos, frágeis, mesmo que o vermelho de suas penas transmita alguma força, são pequenos corpinhos vulneráveis. Um pouquinho de Darwin, ou Dawkins e você pode compreender que para mirar, acertar e ceifar um passarinho vermelho é bem mais fácil que encontrar um pardal encardido em meio as vigas de madeira de uma varanda qualquer.

Achar um amigo verdadeiro, nem precisava ser vermelho, ou roxo, é coisa mais difícil ainda. Mestres no pseudo, a maioria das pessoas em nossa volta não podem ser consideradas amigas, pelo menos é o que eu penso, e eu tenho esse hábito de achar que posso pensar o que quiser, qualquer dia me estrepo.Tomara.

Mas então porque a natureza continua a produzir pássaros vermelhos, porque continuamos a procurar amigos? Vai saber...se há algum senso de mistério na vida, ele tem latitude e longitude.

Sempre achei um mistério crianças, crianças e amigos imaginários, crianças e o Barney...hehe, não há mistério algum, ser criança tem isso de bom, alguém pra dividir o lanche no recreio, alguém pra segurar sua mão através dos infernos vermelhos...esses sim cotidianos... mesmo que seja mais de meia noite.