sexta-feira, 9 de julho de 2010

nome de mulher.



Comecei a pensar nesse post pensando que ia falar sobre Clarice Lispector, de como foi sua vida, de como sua mãe a teve pensando em curar-se de uma doença, e de que como ela sempre carregou consigo o estigma de ter falhado nessa sua missão uterina.

Mas entre falar e escrever existem alguns ladrilhos.

E eu achei que Clarice apreciaria mais que eu contasse que dia 12 de julho está chegando. É lógico que não contarei do que se trata o dia 12 de julho, mistery girl, yeah yeah yeahs. Mas nesse dia, talvez como no dia em que Clarice nasceu entendi pela primeira vez a força de um nome feminino, de nome de mulher na própria boca, universos que sopram em milhares de supernovas. Sou capaz de apostar que D. Mánia me entenderia, um parto é um parto, e semanas são apenas nossas ilusões de permanência.
Minha mãe jamais pronunciou meu nome do mesmo jeito, o desatar de sua vida acabou-se naquele dia 20, o meu no último dia 12.07.

E nessa volta toda me pergunto Clarice, como não pensar em você?

Salvamentos podem ser subjetivos, assim como mães, com certeza... talvez todos nos já o sejamos, e o nome de nossas crias é só o que falta para finalmente resgatarmo-nos.





fancy portuguese, cheap tecnique.

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