terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
2012, o ano em que fizemos contato
Geralmente gosto do meu cabelo. Ele é grosso, escuro e, como eu, é melhor quando está perto de um ferro quente. Virei o ano nessa vibe, amando meu cabelo e com uma fé renovada no uso da chapinha, mas depois de dois meses descobri que o cabelo que foi anexado à minha cabeça não é meu.
Olho-me no espelho, procuro e sei que esse cabelo vermelho de pontas quebradiças foi implantado por alguém assim como a releição de Bush. Fosse tempos atrás eu teria coragem para cortá-lo, mas ele tem crescido muito desde que os aliens fizeram contato.
Mesmo assim eu tenho que me perguntar porque nós, mulheres negras, estamos fadadas a acordar um dia com um cabelo ET, pronto para atacar seu próprio hospedeiro. Nessas horas uma máquina na zero é tão atraente quanto sapatilhas de promoção no facebook.
Amônia, guanidina, formol...todas intervenções de uma forma de vida inteligente que na verdade odeia cabelos e quer vê-los mortos.
Felizes de minhas amigas que não aceitam essa colonização forçada e mantêm as madeixas virgens à sujeira interplanetária que se escondem nos salões de beleza.
Ok, aliens, vocês venceram. Mas no próximo implante não dá para eu parecer mais com a Paula Lima? O look vassoura já tem um tempo, e com certeza nem a Cher gosta mais disso.
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