terça-feira, 8 de dezembro de 2009

uma nova chance...para SaraMAGO.




Errar é humano. Mas existem erros, e Erros.

Uma coisa é beber pra ficar ruim e dar vexame, entrar na contra mão de uma avenida movimentada, esquecer de mandar um documento que seu chefe recomendou várias vezes.

Outra espécie de erro, de outra espécie mesmo, como formigas e elefantes, é negar o holocausto, apoiar o Michelette, achar que Calabár era mesmo um traidor, ou afinar as sobrancelhas.

Cometi um erro há cerca de oito anos, quando ao tentar ler Memorial do Convento, não terminei a leitura, embriagada por uma era de "omitices" e Spice Girls, achei o livro meio azedo demais e errei terrivelmente...

Na verdade, o problema entre Saramago e eu, era eu mesma, assim como na maioria das vezes em que alguém é demitido ou chutado, não se engane, se ela ou seu chefe diz, o problema sou eu, não você, não adianta...haha...é você mesmo!

Todavia, usando uma desculpinha sofisticada como essa conjunção adversativa, Saramago, em Memorial do Convento, foi um best-seller, coisa que eu sempre evitei, por conselho de minha avó, que também me ensinou a usar anáguas.

Qualquer coisa que me lembrasse o fenômeno Paulo Joelho era suficiente para me afastar, tal como um vampiro se afasta do alho, criaturas as quais também não aderi nos risíveis Eclipse e Lua Nova...

Mas saramago, no alto de seus 80 anos, me seduziu completamente esta tarde, como Al pacino em Perfume de Mulher, Nick Frost em The Boat that Rocked, Bill Murray em Encontros e desencontros, ou finalmente, Seth Rogen em Zack and Miri make a porno...

Como posso eu, ter me negado o prazer deste amor por tanto tempo?
É como ter um vizinho nerd e nunca dar em cima dele...esnobar um nerd, outro erro incorrigível.

Há tempo para nós dois, acredito eu. Há tempo para descobrir nele todo o humanismo existencialista, se é que se pode chamar assim, o que ele tão bem pontua.

Que me desculpe a sobrenaturalidade dos lixos de Paulo Joelho, e o sofrível trocadilho que segue,...encantar de verdade, nem harry potter, só saraMAGO.


"É desta massa que nós somos feitos, metade de indiferença, metade de ruindade."
José Saramago

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