quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O Memorial das Coisas que nunca foram.




James Bond nunca foi negro, M. Thatcher nunca foi pobre, também nunca foi gente, por isso saber o que ela é ou foi não faz muita diferença. Hemingway nunca foi septagenário, e Sartre coitado, esse nunca foi perfeito, mas alguém tinha que dizer o que ele disse.

Meus pais nunca foram ricos, graças a Deus, que também nunca foi visto, pelo menos por estes olhos que ainda não foram devidamente abertos.

Meu cachorro nunca viu um gato, e tenho pena dele porque o coitado vive um mito da caverna, confinado nessa existência meramente doméstica, não tem nenhuma noção a priori do que seria um felino, apesar de sonhar frequentemente que está caçando coelhos.

Hoje eu não me casei. Estava ali anotado na minha agenda, e se depois de Platão toda escrita tem valor de Lei pode ser que a multa esteja sendo encaminhada neste momento.

Algumas coisas deviam ter sido, James Bond como Morgan Freeman teria sido perfeito, e se tivessem matado Srta Tatcher nos slams de Glasgow, talvez as crianças de lá teriam mais chance de vida digna e uma bola de futebol bem diferente.

Outras coisas simplesmente acontecem, a gente se vê sem sono em plena madrugada, tentando forçar o entendimento de que não se alcança com mãos de criança arranha céu e carrossel de fogo, e se algo está tão longe assim de acontecer “é melhor não resistir e se entregar.”


Canta Lulu: http://www.youtube.com/watch?v=QWzj1w2Tv5M

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