quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Para nunca mais olhar para trás.



Há na vida uma pequena janela verde chamada cinismo. Poderíamos chamá-la de hipocrisia, mas se pecamos pela inércia, e não por nossas ações, nomeado está este buraco negro, infinito.

A janela é isso de estarmos eternamente fingindo não ver aquilo que se põe a nossa frente, ignorar algo que lá no fundo da mente é tão concreto quanto uma Estação do Cabo Branco.

Você pode escolher não ver as cores, mas elas permanecerão lá sempre brilhando?

Um dia toda a luz se apaga, e chegada essa hora, essa janela verde se fecha, e infelizmente não podemos mais ver o fauno, nem mesmo o unicórnio, ou quem sabe a redoma de vidro com a rosa dentro. Um dia nos é ceifado a opção de sermos cínicos, pois os momentos passam e as cores desbotam, restando apenas o embotamento de nosso próprio moralismo.

Quando o vazio se prostra não se pode mais fingir que outra coisa lá está, ele se coloca absoluto e pungente, como Fidel ou Nixon, como um quadro barato de arte repetida, de longe até parece amarelo e azul, mas de momentos em momentos, no frente a frente, só se enxerga o cinza.

"Y el mar,
espejo de mi corazon
las veces que me ha visto llorar
la perfidia de tu amor."

http://www.youtube.com/watch?v=mClQUyoBmhs

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